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A capacidade de estar só na atualidade

  • Foto do escritor: mariaclmarquesanto
    mariaclmarquesanto
  • 12 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Tem observado em si e no mundo muita solidão? Venha cá conversar um pouco sobre isso!


Introdução sobre a solidão, o que é estar só? 


A solidão é uma pandemia no mundo e no Brasil atualmente, dados levantados em uma pesquisa da Ipsos colocaram o Brasil em primeiro lugar no mundo de pessoas experimentando a solidão durante a pandemia de Covid-19, em 2021. Além do estresse gerado pela pandemia, esse fenômeno continua sendo relevante para a saúde física e mental das pessoas, cada uma vivendo em sua subjetividade singular, um fenômeno social. 

Estar sozinho pode ser entendido como se sentir desconectado, não pertencente a um grupo, isolado de relações nutridoras. Pode ocorrer de forma não objetiva, independente de ter pessoas ao redor e interações, podemos nos sentir solitários. Em tempos de relações conectadas com o virtual, nos vemos todos juntos em nossa condição solitária de existência, que não faz parte da natureza humana.

Redes Sociais e a Solidão 


Neste contexto pós pandêmico, as redes sociais ganharam papel ainda maior em nosso dia a dia, nas relações de trabalho, amizade e afetivos sexuais. A sensação de companhia prometida pelo celular, nos aproxima de uma solidão maior ainda, visto que estamos sozinhos e com uma hiper estimulação de conteúdo, que nos deixa ansiosos e não satisfaz o que promete. Parece a receita do bolo para dificultar ainda mais nossas conexões, um estado crônico de não confiabilidade no outro simbólico se estabeleceu. 



Tratamento Clínico em Psicanálise 


Se você que está lendo se identifica com o que escrevo, te convido a cuidar de si mesmo para permitir que as relações aconteçam, nossa relação com a gente mesmo precisa de um olhar cuidadoso, afetivo. Para estar só precisamos antes disso ser, existir enquanto nós mesmos e como humanos dependentes que somos, só existimos na presença de alguém.

As contribuições de Donald W. Winnicott, autor que minha pós aborda, nos ajudam a iluminar a capacidade de estar só como algo a ser desenvolvido por cada criança, não como inato ou garantido, é uma habilidade desenvolvida. Para que consigamos desenvolvê-la, precisamos de um ambiente facilitador que nos ofereça essa oportunidade de amadurecimento emocional, um passo anterior a ficar só é ficar só na presença de um cuidador presente, ter garantias do ambiente logo nos primeiros meses de vida. Não é incomum falhas no ambiente ao oferecer oportunidades para a criança, que leva a falhas no desenvolvimento que perduram a idade adulta.

Durante nossa vida começamos num estado de dependência total do ambiente, que vai diminuindo conforme nosso amadurecimento, chegamos a um estado a caminho da independência, mas que nunca se configura de forma total. A necessidade social faz parte de nossa natureza humana, é desafiador olhar para isso nos dias de hoje, em que as tecnologias estão nos atravessando, mas esse olhar pode ser revolucionário em aliviar culpas, assumir responsabilidade por si mesmo.

Apoio, vínculo e colaboração com uma profissional pode propiciar cuidado, resgate, desenvolvimento dessa capacidade. Penso a ferramenta da terapia individual como um convite à criatividade, ao assumir uma postura criativa, que só é possível no contato humano com o outro. Juntos podemos visitar caminhos e criar ferramentas para que estar consigo mesmo seja uma experiência satisfatória, de crescimento e aprendizado. 


 
 
 

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