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Recentes movimentos neo facistas no Brasil: uma olhar da psicanálise

  • Foto do escritor: mariaclmarquesanto
    mariaclmarquesanto
  • 24 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de fev. de 2024


Está muito difícil ser brasileira nos últimos tempos, pra você também? Tendo em vista os acontecimentos das últimas eleições, tenho buscado leituras para me situar no meio de tanta coisa ao mesmo tempo. Esta obra de Contardo Calligaris oferece recursos para entender  o cenário brasileiro ao se debruçar sobre o que, em termos psicanalíticos, possibilitou que as pessoas convivessem com as atrocidades cometidas no holocausto nazista. 


Em sua tese de doutorado, Calligaris analisa os fenômenos que envolvem os engajamentos em massa na ideologia do nazismo, a fim de eliminar os judeus para alcançar a pureza racial, dito de forma bem breve. Ele pontua como originário do narcisismo primário esse acontecimento, no fetiche de gozo interminável possíveis pontos que explicam como foi possível tanto horror. Extrema insatisfação com a própria vida leva a função instrumental do fetiche, em que opera o modelo de servir a uma causa, quando está em funcionamento pautado pelo objeto externo - a causa de purificar a população alemã, nesse caso - ele conta haver a sensação de controle total dos impulsos - sobre si, sobre a mãe, sobre o gozo. Vêem como parece ser uma resposta à insatisfação que citei? Podemos observar que épocas de muito sofrimento precedem a Segunda Guerra na Alemanha e no Brasil, na última década política.


Essa constatação me deixa perplexa, a ilusão de controle e libertação de sua identidade permitidas pelo gozo com instrumento, é esse um desejo humano inscrito na nossa forma de sociabilidade, estamos fadados à repetições? Me vieram muitas experiências, com pacientes e olhando a vida, lidar com o inesperado parece ser algo muito sensível nos dias de hoje, em que tudo é plástico, instantâneo. Quais movimentos são possíveis de serem pensados para aceitar que nunca teremos esse gozo, nos casos onde acontece é por uma associação fetichista e masoquista, como amadurecer? Temos recursos sociais para produzir menos fugas desse tipo? 


A história se repete, mas a força deixa a história mal contada 

Iê iê



 
 
 

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